São Paulo perde para falta de eficiência em finalizações e para altitude
- Onda Esportiva
- 6 de mar. de 2020
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por Gabriel Cordeiro

Foto: ERNESTO BENAVIDES / AFP
Em maio de 2007, o comitê executivo da FIFA decidiu que não seria mais permitido disputar jogos internacionais em locais que tenham altitude acima de 2500 metros. Joseph Blatter, executivo da entidade, alegou que são medidas em virtudes médicas, protegendo a saúde dos atletas. A entidade definiu alguns locais vetados, sendo eles: Potosí- Bolívia com 4.000 metros; La paz- Bolívia com 3600 metros; Cuzco- Peru com 3.300 metros; Quito- Equador com 2800 metros. No entanto, a decisão gerou uma pressão da Conmebol, Confederação Sul-Americana de Futebol, e fez a Federação Internacional de Futebol recuar após um mês da determinação, aumentando o limite para 3000 metros. Decisões que não vigoram na Libertadores deste ano. É uma decisão correta e propícia para a integridade dos atletas e eficaz para o espetáculo? O Binacional é um time novo no cenário sul-americano. O time peruano tem sua sede em Juliaca, com 3825 metros acima do nível do mar. O clube foi fundado em 18 de dezembro de 2010, e foi responsável por ser o primeiro clube a vencer o tricolor do Morumbi nesta Libertadores.
Consoante ao clube paulista, são 26 jogos contra equipes peruanas, sendo 18 vitórias e 6 empates, porém na estreia da competição sul-americana, o São Paulo conheceu sua primeira derrota.
O JOGO: O São Paulo teve a faca e o queijo na mão, porém a falta de pontaria complica o tricolor no grupo. No primeiro tempo o time comandou o jogo, tendo 6 oportunidades claras de gol, entretanto convertendo uma apenas, com Alexandre pato aos 20 minutos. Antony e Pablo perderam dois gols cada que custaram muito alto, uma vez que o segundo tempo teve um fator determinante para a derrota: a altitude. Portanto, a falta de eficiência não possibilitou a oportunidade de administrar o tempo restante e o time sentiu o cansaço e não jogou mais. O gol da virada, aos 32 minutos, foi o exemplo nítido de que os jogadores estavam trotando em campo, sentindo os efeitos da altitude. O tricolor do Morumbi volta a campo pela Libertadores na próxima quarta-feira, às 21h30, com transmissão da Globo e Fox Sports. O jogo ganha caráter de decisão, uma vez que a LDU, adversário próximo, venceu o River Plate, atual vice-campeão, por 3 a 0. Nesse jogo, o time argentino foi com a equipe reserva, visando à decisão do campeonato local, neste sábado.
Fernando Diniz não pode ser responsabilizado pela falta de gols do time. É nítido que o trabalho está sendo bem feito e o time já começa a ter a cara do “dizinismo”, conceito que foi denominado pelos torcedores do clube, que faz alusão ao toque de bola, jogadas trianguladas, ensaiadas, que tem o objetivo de possibilitar oportunidades claras de gol, e isso está acontecendo. No entanto a pontaria dos atacantes está muito ruim. A grande novidade positiva é que Alexandre Pato voltou a marcar gols, depois de uma seca de seis meses. Portanto, não é hora de criar polêmicas, e sim deixar o técnico trabalhar que os resultados virão. Os tricolores mais otimistas podem se apegar às estreias de quando o clube foi campeão da competição, sendo duas derrotas e um empate: Libertadores: 1992- Criciúma 3 x 0 São Paulo; Libertadores: 1993- NOB 2 x 0 São Paulo; Libertadores 2005- The Strongest 3x 3 São Paulo.
Próximo jogo: Botafogo-SP x São Paulo (Campeonato Paulista); 08/03 (domingo), às 16 horas, com transmissão da rede Globo e Premiere. Curiosidade: São Paulo, antes de estrear na Libertadores, no Peru, levou uma advertência da Conmebol por descumprir o regulamento da competição. O clube precisaria chegar à cidade do jogo 24 horas antes da partida ou seis horas antes a um raio de 50km de Juliaca, por se tratar de cidade acima de 2000 metros de altitude. O São Paulo optou por chegar duas horas antes, respaldado pela fisiologia do clube, que afirmava que poderia sentir menos os efeitos da altitude.
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