O português e o Jo
- Onda Esportiva

- 25 de abr. de 2020
- 2 min de leitura
por Glauco Keller

Foto: Filipe Amorim/Global Imagens
Qualquer humorista adora contar piadas de português. A sátira de uma nacionalidade e de seus hábitos e costumes é, em geral, uma leitura estereotipada ou exagerada deles. Em Portugal, os portugueses das piadas são os poloneses. Não sei ao certo quando elas começaram, mas, certamente, o fato se deu no momento em que o brasileiro percebeu que sua percepção das coisas era diferente do jeito mais, digamos, “básico” e “óbvio” que o dos nossos irmãos lusitanos. Há quem diga, entretanto, que a grande piada da história foi feita pelos portugueses em relação a nós: nos ter colonizado, mas deixa para lá.
Jo Soares, quando inquirido sobre o fato de contar muitas piadas de português, não titubeou:
“Hoje eu vou contar uma de austríaco. Havia dois austríacos, um chamava Manoel e outro Joaquim...”
De qualquer forma, as piadas, algumas de muito mau gosto, vale lembrar, sempre destacaram a forma de encarar as perguntas e as situações, dizendo aquilo que, para o brasileiro, está entre linhas, subentendido e, portanto, não precisa ser dito e, quando o é, chega a atrapalhar a compreensão. Diferentemente da forma que os portugueses o fazem.
Há alguns anos, o Professor Jo, conhecido professor de inglês da cidade de São Carlos, levava um grupo de turistas para a Flórida, rumo à casa do Mickey Mouse, como faz todos os anos. Ao adentrar no avião com seus mais de cinquenta passageiros, deparou-se com toda a seleção portuguesa de futebol que faria um amistoso contra a equipe norte-americana, após ter sido goleada pela seleção brasileira, no nordeste. Muito bem vestidos e elegantes, os jogadores acabavam de guardar suas bagagens nos compartimentos acima das poltronas. Ao ver que um dos atletas – Jo jura que era o Cristiano Ronaldo – deixara uma grande mala no meio do corredor, atrapalhando, assim, a passagem de seus passageiros, o guia perguntou ao atleta:
“Por favor, essa mala é do senhor?”
Surpreso com a pergunta, o jogador, irritado, não titubeou e rudemente respondeu:
“Não. É do meu primo, mas ele me emprestou!”
*Texto originalmente publicado no Jornal Primeira Página em 10/04/2011






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